Santa Teresa ainda sem protocolo municipal de prevenção de covid
Municípios como Penedo em Itatiaia região serrana do Rio de Janeiro, Gonçalves e outros na Serra da Mantiqueira têm regulação nos acessos, só é permitido a entrada nos finais de semana e feriados se as pessoas tiverem reservas em hotéis, pousadas ou restaurantes, o controle é feito na entrada das cidades pelas barreiras sanitárias com a aferição da temperatura .
Santa Teresa está atualmente na zona de baixo risco, mas bem recentemente havíamos voltado para a zona amarela por conta de um aumento de casos. Esse foi o problema apresentado por alguns comerciantes à redação, De acordo com o grupo, o medo de uma segunda onda e o contágio pode atingir o comércio local de secos e molhados com o fechamento ou restrição de abertura dos comércios como já aconteceu e Santa Teresa está sem um protocolo de proteção.
Nas ruas as pessoas tinham pouca ou nenhuma informação sobre o assunto
Um farmacêutico que pediu para não ser identificado disse que a secretaria de saúde deve se importar e consultar técnicos para uma avaliação. “Quando criou-se essa polêmica de legislar em relação ao covid, foi decidido pelo supremo que os governadores e os prefeitos teriam autonomia, pois depende das características intrínsecas locais, cada município têm sua autonomia para elaborar seus protocolos”. Explica.
A comerciante Ignalda Damasceno Pretti, moradora da Praia do Suá em Vitória diz que viaja muito, conhece Santa Teresa desde 2009 e é quarta vez que visita a cidade, indagada sobre a idéia de a cidade adotar um protocolo próprio em relação à pandemia de covid-19, disse que é necessário. “Toda cidade que recebe turista tem que ter, para a proteção do próprio turista e dos munícipes que estão isolados por esse verde maravilhoso, acho que tem que aferir a temperatura e fazer uma mínima triagem, saber a origem e o destino do visitante. Sou a favor sim”. Afirmou.
O teresense Diomedes Mognato, disse que já passou da hora de Santa Teresa ter um protocolo. “Temos que aproveitar a estrutura de triagem para realizar uma gravimetria municipal, conhecer, cadastrar todo mundo que esteja residindo aqui, saber quem é quem, o que veio fazer, se têm veículo emplacado no município, se vai dar preferência comércio local, ou vai gerar lixo somente. Esse senso traria uma riqueza de informações para o município”
Há 29 anos no município, Carlos Mechelli, diz que o protocolo é necessário. “Em setembro estive em Penedo, região de Itatiaia-RJ lá só é permitido a entrada nos finais de semana, se a pessoa tiver reservas em hotéis, pousadas ou restaurantes, fazem aferição da temperatura, e em outubro fui à Gonçalves-MG, fazem a mesma coisa. Por isso a necessidade e a importância de se ter um protocolo em Santa Teresa, que essa é uma cidade de turismo forte, de muita visibilidade e constante fluxo. Temos que buscar qualidade para atrair turismo de qualidade. O turista não vai se sentir seguro se souber que não há controle. Esse é o turismo que nos interessa, nós temos aqui mais de 1.000 leitos de hospedagem, vezes 2 pessoas são 2 mil pessoas circulando na sede do município deixa uma riqueza muito boa, a intenção do protocolo e dar segurança a quem mora no município e ao turista que nos visita”. Explica.
O advogado Thiago Brasil integrante do Comitê intersetorial de combate ao covid 19, informou que comitê intersetorial é apenas um colégio consultivo, sem qualquer poder deliberativo. Explica ainda que o município de Santa Teresa alinhou sua política de enfrentamento da pandemia com os Decretos exarados pelo Governador do Estado. “Ocorre que o regramento estadual, não foi elaborado considerando as particularidades de uma cidade interiorana e turística como é o caso do nosso município. Santa Teresa precisa continuar na classificação de risco baixo. O Turismo é sem dúvida importante, mas dada as particularidades locais, é necessário conscientização, fiscalização e adequação dos regramentos para a nossa realidade. Tudo que diz respeito a pandemia é incerto, não sabemos se de fato haverá uma segunda onda de contaminação no Brasil, pois nem mesmo entre os especialista há consenso. Mas temos que nos prevenir. A responsabilidade pela tomada de decisões será sempre do prefeito, é ele quem deve considerar, as características de Santa Teresa e não do Estado do Espírito Santo, para elencar as medidas de prevenção contra uma possível segunda onda. E isso deve ser feito ouvindo a comunidade. Essa prevenção passa necessariamente por um olhar mais cuidadoso com o turismo”. Afirmou o advogado.
Indagamos à alguns médicos da municipalidade, que se eximiram de dar declarações, mas concordaram com a necessidade de protocolo.
A secretaria de saúde foi procurada por e-mail, mas até o fechamento desta edição, não havia se pronunciado.