Meio Ambiente

Santa Teresa: Área prioritária para conservação da Mata Atlântica

Por Jônathan Brito Fontoura Conceição

Engenheiro Florestal e Pesquisador do Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma). Este texto contou com a colaboração de João Paulo Fernandes Zorzanelli e Eliana Ramos.

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Equipe do Projeto “Conservação da biodiversidade na Mata Atlântica Central” (INMA). Da esquerda para a direita: Dr. João Paulo Fernandes Zorzanelli, Msc. Jônathan Brito Fontoura Conceição, Dra. Eliana Ramos e
Dr. Felipe Zamborlini Saiter.

Santa Teresa está localizada na área de um bioma de extrema importância biológica, a Mata Atlântica, um dos grandes berços de espécies de plantas do mundo.

No município, algumas áreas são importantes para a conservação, como a Estação Biológica Santa Lúcia, o Parque Natural Municipal São Lourenço e a Reserva Biológica Augusto Ruschi, o maior remanescente florestal da região. Estes e outros fragmentos florestais abrigam elementos de uma biodiversidade ainda não completamente conhecida, além de serem importantes na tentativa de garantir a conservação destas áreas de Mata Atlântica de forma efetiva. Assim, o Instituto Nacional da Mata Atlântica (Inma), junto ao Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento (CNPq), deram início a um grande projeto de monitoramento da diversidade de plantas nessas áreas por meio de estudos da flora.

Inventários da flora consistem de levantamentos das plantas existentes em um local ou região, que tornam possível a disponibilização de listas de espécies com informações que podem ser utilizadas, posteriormente, para demandas da sociedade, como a valoração e utilização racional da biodiversidade, e até informações sobre ameaça de extinção, que podem vir a subsidiar tomadas de decisão do poder público, no sentido de adotar iniciativas de proteção e conservação.

Supervisionado pelo Doutor e Pesquisador Felipe Zamborlini Saiter (Ifes), o Projeto “Conservação da biodiversidade na Mata Atlântica Central” tem o propósito de subsidiar estratégias para conservação de espécies ameaçadas de extinção da flora que ocorrem em Santa Teresa e entorno. Sua equipe é composta pelos pesquisadores Eliana Ramos, doutora em Biologia Vegetal, João Paulo Fernandes Zorzanelli, doutor em Ciências Florestais, e Jônathan Brito Fontoura Conceição, mestre em Ciências Agrárias.

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Imagens dos trabalhos de campo realizados pela equipe do projeto. (A) Floresta de candeias, um dos tipos de vegetação investigados no projeto; (B) Dichorisandra acaulis, uma espécie ameaçada de extinção da mesma família das trapoerabas; (C) Solanum hydroides, uma espécie recentemente descoberta, da mesma família da berinjela, do jiló e da jurubeba; e (D) Bertolonia ruschiana, uma espécie descoberta recentemente, pertencente à família das quaresmeiras.

As florestas são responsáveis por serviços ecossistêmicos e ambientais fundamentais à sociedade. A popularização desse tipo de pesquisa contribui para a compreensão da importância e para a valorização destas áreas por parte da comunidade teresense.

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408