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TERRITORIALIDADES ITALIANAS EM SANTA TERESA/ES 

Simone Zamprogno Scalzer

Os italianos, do Norte da Itália, foram o grupo de maior destaque em Santa Teresa, na época Núcleo Timbuy. Um grupo bastante diversificado, que trouxe consigo e reproduziu no novo território alguns elementos que demarcaram sua identidade italiana.  

Era um novo ambiente, com condições naturais diferentes. Na culinária, por exemplo, nem todos os ingredientes puderam ser encontrados ou comprados. O pão muito consumido no Norte da Itália, independentemente da região, na então Província do Espírito Santo não pode ser comumente consumido, devido à falta de alguns ingredientes.

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Darcira Maria Degasperi Rasselle, servindo polenta e linguiça caseira, Tabocas/Santa Teresa. Foto: Renzo Grosselli, 2019.

Após os primeiros tempos em que até mesmo a alimentação era precária, parte da culinária tradicional voltou a ser consumida pelos imigrantes, reatando assim, os vínculos identitários. Desse modo, a minestra (sopa) e a polenta, típicas da culinária do local de origem, foram estabelecidas como as principais refeições. Estavam presentes também, o queijo e a linguiça, produzidos pelas próprias famílias. Quando indagado se mantinha algum hábito alimentar de seus pais e avós, o descendente de imigrante italiano, Tranquilo Novelli (2014), descreveu seu almoço do dia: 

Em momentos festivos outros alimentos também estavam presentes. O agnoline era consumido principalmente em datas especiais como Natal, Páscoa, aniversários e casamentos. Já aos domingos, era comum preparar macarronada ou taiadela (massas).

 

No que se refere ao lazer, temos bailes realizados nas casas das famílias, ao som da concertina, típico instrumento italiano. E para os homens, aos domingos à tarde, era comum se reunirem para jogar bocha e alguns jogos de baralho, como cinquila e tressete. As vivências do cotidiano, nos sabores, nas danças, brincadeiras, nas rezas e na lavoura contribuiu para a construção do novo território e se tornou no decorrer dos tempos uma marca identitária da região.

 

TERRITORIALITÀ ITALIANE A SANTA TERESA 

Gli italiani del Nord d’Italia sono stati il gruppo più importante a Santa Teresa, all’epoca del Nucleo Timbuy. Un gruppo eterogeneo che portò con sé e riprodusse nel nuovo territorio alcuni elementi che definirono la sua identità italiana.

Era un nuovo ambiente, con condizioni naturali diverse. Nella culinaria, per esempio, non tutti gli ingredienti potevano essere comprati o trovati. Il pane, molto consumato nel Nord d’Italia, a prescindere la regione, nell’allora Provincia di Espirito Santo non poteva essere consumato normalmente a causa della mancanza di alcuni ingredienti.

Dopo i primi tempi in cui anche l’alimentazione era precaria, parte della culinaria tornò ad essere consumata dagli immigranti, rinsaldando quindi i vincoli di identità. Così, la minestra e la polenta, tipiche dei loro luoghi di origine, divennero i loro cibi principali. C’erano anche formaggio e salsiccia, fatti dalle famiglie stesse. Alla domanda se aveva ancora qualche abitudine  alimentare dei suoi genitori o nonni, il discendente di immigrante italiano, Tranquilo Novelli (2014), descrisse il suo pranzo:

Nei giorni di festa c’erano anche altri alimenti. Gli agnolini erano consumati in date speciali come Natale, Pasqua, compleanni e matrimoni. Alla domenica era comune fare pasta o le tagliatelle. 

Darcira Maria Degasperi Rasselle, servendo polenta e salsiccia fatte in casa, Tabocas/Santa Teresa. Foto: Renzo Grosselli, 2019.

Per quello che riguarda il divertimento, vi erano serate danzanti nelle case delle famiglie, al suono della concertina, tipico strumento italiano. Per gli uomini, alla domenica pomeriggio, era comune incontrarsi per giocare a bocce o altri con le carte, come cinquila (gioco con 40 carte, ndt) e tresette. La quotidianità, i sapori, le danze, i giochi, le preghiere, il lavoro nei campi contribuì per la costruzione del nuovo territorio e divenne, con il trascorrere del tempo, un marchio dell’identità della regione.

 

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408