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Você viu alguma ave usando pulseira?

Você viu alguma ave em vida livre usando “pulseirinhas” na região de Santa Teresa? Caso positivo, então diga quando e onde. Este é um dos projetos dos pesquisadores do Inma que visa descobrir quais os hábitos e comportamentos de várias aves comuns na região, locais que elas frequentam e quais as ameaças que enfrentam na área urbana.

Pesquisadores do Instituto Nacional da Mata Atlântica – Inma estão realizando um monitoramento de aves que conta com a participação da população Teresense e visitantes da cidade. Se você viu alguma destas aves, então você também é protagonista de uma bela investigação científica.


O projeto chamado de “Eu vi uma ave usando pulseiras!?” (O termo técnico correto é ‘anilhas’ ao invés de pulseiras) tem o objetivo de monitorar cada ave do projeto que recebeu uma anilha prateada (fornecida pelo Centro Nacional de Pesquisa para Conservação das Aves Silvestres, ICMBio) na perna direita e até duas anilhas coloridas na perna esquerda, de modo que cada indivíduo possui uma cor e sequência exclusiva. As aves estão sendo marcadas por pesquisadores com preparo e licenças ambientais para exercer este tipo de atividade.

DSC_6120-1024x681 Você viu alguma ave usando pulseira?


Mas o que você deve fazer se ver uma ave destas? Eduardo explica:
“Se a pessoa for usu ária das redes sociais, poderá postar seu relato na página do projeto no Facebook (@aves.usando.pulseiras.santa.teresa.es), contando em que dia e horas viu a ave, onde viu, dizer a cor das anilhas e como era a ave. Não é obrigatório, mas caso a pessoa tenha chance, pedimos que poste junto um pequeno vídeo ou tire uma foto. Se a pessoa não for usuária do Facebook, mas tenha Instagram, pedimos que ela poste seu relato marcando @ave.usando.pulseiras. Mas se a pessoa não for usuária de redes sociais ela ainda poderá anotar o que viu num pedaço de papel e entregar na recepção do parque. A pessoa deve acrescentar seu nome e telefone para entrarmos em contato depois”.


Por fim, vale ressaltar que não precisa ter experiência em identificação de aves ou ser fotógrafo profissional para participar do projeto. Uma descrição simples ou uma foto/vídeo que mostre as cores e formato da ave já bastam. O importante é que a data, hora e local sejam bem informados.
Em breve outras localidades de Santa Teresa, como algumas pousadas na área rural, entrarão no projeto, e consequentemente outras aves serão marcadas. Portanto fiquemos de olho.

O projeto

O projeto iniciou em outubro de 2019 e já pôs anilhas em mais de 50 indivíduos do parque do Museu de Biologia Prof. Mello Leitão. Fazem parte do projeto sanhaços, pardais, sabiás e periquitos, aves bastante comuns no ambiente urbano, mas também aves com hábitos florestais que às vezes se aventuram em bairros arborizados como arapaçus, tiês e pula-pulas. Destas aves, 18 indivíduos já foram avistados no parque e arredores.


Eduardo Alexandrino, biólogo do Inma e coordenador do projeto, comenta surpreso alguns resultados iniciais “Uma moradora da Rua Pedro Gasparini relatou ter visto na frende de sua casa um Periquito-de-testa-vermelha que anilhamos dentro do parque. Um funcionário do parque relatou ter visto um tiê-preto anilhado próximo do posto Jardim da Montanha. Estes registros indicam que várias aves com hábitos florestais não ficam apenas no parque do museu, mas também voam para outras áreas da cidade. Isso é um belo indicativo que as matas que cercam Santa Teresa favorecem a movimentação delas”.