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Zezinho Quebra-gelo

Muitas histórias bonitas existem entre homens e seus animaizinhos de estimação, cada um escolhe o seu tipo, como sou um morador de apartamento consciente, pensei em ter um que não incomodasse a vizinhança, que não fizesse barulho…

zebra-tilapia Zezinho Quebra-gelo

Escolhi um peixinho ornamental, daqueles bem brabos, com cauda curta, são os mais resistentes; mas o que um peixe poderia acrescentar de história em um conto?

Aí que você se engana, o nosso amigo da espécie zebrinha, começou com suas proezas, dentro do “mundo aquático” de quase um metro, entrava pela porta do farol e a saía pela janela, fazendo piruetas, era um verdadeiro “quebra-gelo”, pois as pessoas quando chegavam – principalmente os que nos visitam pela primeira vez – começam logo perguntando sobre criação de peixes ornamentais.

Mas não é nada fácil, conseguir a façanha de ter um peixe como mascote, esse foi o que mais demorou, lutou contra doenças, falta de luz; “vizinhança incomodativa” – outros peixes, caramujos, lagostas – a qual ele aniquilava-os sem perguntas, pois gostava de viver sozinho no bioma.

O tempo foi passando, o nosso amiguinho se fortalecia a cada vicissitude, o aquário de “mundo” virou no máximo um apartamento do tipo “kit net”, a “zebrinha” virou “zebrão”, todos admiravam o nosso amigo Quebra-gelo, muitos diziam que ele ficaria melhor numa frigideira, com cebolas e azeitonas, veja que maldade!

Mas as coisas foram ficando mais difíceis para nós e para ele, pois o bicho não admitia mais viver naquele “mundinho” quebrava tudo, em sua “organização”, passava a noite todinha mudando as pedras do aquário, aquele farol que adorava tanto, tinha se transformado em um brinquedo, jogava-o para um lado e para o outro., quebrava bombas, termômetro e tudo mais que pudesse.

Diante dessa dificuldade toda, não conseguimos desfrutar mais da sua companhia, resolvemos colocá-lo num saco e devolvemos o bichinho à natureza, lá no Dique do Tororó, inclinamos o recipiente e ele vagarosamente saiu, deu uma olhadinha para o seu bem-feitor e saiu, deixando um vazio, principalmente no aquário, as noites não serão mais as mesmas, não teremos mais barulho de pedrinhas rolando e Zezinho agora não quebrará mais “gelos”, o que ele quebrará agora será a sua dieta com um rico banquete de peixinhos selvagens, que realmente lamentarão a sua soltura.

Marcelo de Oliveira Souza,iwa

2x Dr. H.c. em Literatura

Blog: http://marceloescritor2.blogspot.com

instagram: @marceloescritor

Evandro Seixas Thome

Brasileiro, Tronco Aruake, Etnía Baré, nasceu em Manaus - AM em 1963, cursou filosofia no Colégio Salesiano Dom Bosco, foi legionário da Cruz Vermelha de 1987 a 2001, atualmente é técnico em gestão de resíduos sólidos, ambientalista pelo Observatório da Governança das Águas (OGA); Jornalista/editor do periódico mensal Santa Teresa Notícia (STN) em Santa Teresa-ES. Contatos pelo 27 99282-4408