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A ARTE DE ANTÔNIO GUJANSKI FILHO

A ARTE DE ANTÔNIO GUJANSKI FILHO

Por Monica Ferrari

“MOBILIÁRIO REEDITADO”

 “MOBILIO REINVENTATO”

Moldura de uma história. Olhos de nuvens. Mãos marcadas pela brisa do vento. Vitalidade nos gestos. Aos 75 anos de idade, ANTÔNIO GUJANSKI FILHO ainda trabalha na roça de café, banana, milho e feijão. Neto de poloneses e italianos, Tunin, como prefere ser nomeado, nasceu no distrito de Cinco de Novembro, no município de Santa Teresa. Com habilidade manual, e por tradição familiar, herdou o ofício de carpinteiro.

Ritratto di una storia. Occhi annuvolati. Mani segnate dal soffio del vento. Vitalità nei gesti. A 75 anni, ANTÔNIO GUJANSKI FILHO ancora lavora nei campi di caffè, banana, mais e fagioli. Nipote di polacchi e italiani, Tunin, come preferisce essere chiamato, è nato nel distretto di Cinque di Novembre, nel Comune di Santa Teresa. Grande abilità manuale e, per tradizione familiare, ha ereditato capacità di falegname.

“APRENDI FAZENDO”

 “HO IMPARATO FACENDO”

Tons e sons na cena de uma vida. Há aproximadamente trinta anos, Tunin tomou para si a missão de restaurar móveis. Tem o dom de apropriar-se das sobras de existências alheias, salvando-as do esquecimento. Realiza seu ofício em parceria com a família. Sua esposa compra móveis abandonados. Tunin os recupera, mantendo a estética e a originalidade das peças. Ocupa seus dias na oficina localizada no quintal da casa. Aparelhado com instrumentos criados pelo próprio artífice, o espaço é criteriosamente organizado. Cenário poético marcado pelo chão de terra batida e iluminação solar. Somente a sonoridade provocada pelo contato da madeira com o maquinário é capaz de aplacar a tranquilidade do lugar. Com torno, esmeril, plaina, chaves de fenda, parafusos, fita métrica, martelo, serra e formão, Tunin concede um novo contorno aos mobiliários.

Toni e suoni nella scena di una vita. Circa 30 anni fa, Tunin ha deciso di iniziare a restaurare mobili. Ha il dono di saper prendere gli avanzi di altre vite salvandoli dall’oblio. Svolge il suo lavoro insieme alla sua famiglia. Sua moglie compra mobili abbandonati. Tunin li recupera, mantenendo l’estetica originale dell’oggetto. Passa i suoi giorni nel laboratorio posto negli spazi esterni della sua casa. Usando attrezzi fatti da lui, lo spazio è organizzato con minuzia. Uno scenario poetico contrassegnato dal pavimento di terra battuta e illuminazione naturale. Solo le sonorità provocate dal contatto del legno con i macchinari rompe la tranquillità del luogo. Tornio, smerigliatrice, pialla, cacciavite, viti, metro, martello, sega e scalpello, Tunin da al mobile un nuovo aspetto.

Narrativa de emoção. Restaurador de almas sobradas, Tunin diz das inúmeras dificuldades vividas quando iniciou seu ofício na região do Córrego dos Espanhóis. Na época, a madeira era carregada no lombo de cavalos e a luz de uma lamparina iluminava os ambientes. “Sempre tive dificuldades, mas valeu a pena porque mantive a família unida”. A primeira peça, uma mesa de peroba, confeccionada há cinquenta anos para mobiliar a casa do futuro casal, ainda compõe o cotidiano da família. Em sua rotina de artífice, Tunin faz pausa para um café. Compara sua existência ao fogo: “corre, corre; para, morre”. 

Una narrativa emozionante. Restauratore di anime perse, Tunin parla delle innumerevoli difficoltà vissute quando iniziò il suo lavoro nella regione di Córrego dos Espanhóis. All’epoca, il legno era trasportato in groppa al cavallo e la luce di lanterna illuminava gli ambienti. “Ho sempre convissuto con le difficoltà, ma ne è valsa la pena per mantenere la famiglia unita”. Il primo lavoro, un tavolo di peroba (tipo di legno, ndt), fatta 50 anni prima per ammobiliare la casa della futura coppia è ancora in uso. Nella sua routine Tunin fa una pausa per il caffè. Paragona la sua esistenza al fuoco: “corre, corre; si ferma, muore”.